quinta-feira, 2 de junho de 2011

Persona 4 : Quando não há justiça no mundo, sobra para alguém fazê-la

Caso você não tenha jogado Persona 4 e seja sensível em relação a spoilers, sugiro que você não leia esta postagem.

  Há alguns dias atrás terminei de jogar Persona 4, mas, apesar de já fazer algum tempo que parei de jogá-lo (apesar de pensar em retomá-lo depois para alcançar o Final Verdadeiro), me senti um tanto desmotivado a continuar escrevendo até receber o meu primeiro comentário ( :) ).
  Durante o último evento, o personagem principal tem acesso a algumas perguntas e uma variedade de respostas possíveis e, através das escolhas dele, o final que a história terá é determinado. Nesse evento, o protagonista tem que lidar com o culpado das mortes e tentativas de "homicídio" que ocorreram na cidade ao longo do ano. Alguns dos amigos do protagonista estão presentes na cena e, durante a cena, uma questão é levantada: "Ele (o culpado) matou várias pessoas incluindo uma criança indefesa e gentil, mas mesmo assim ele não provavelmente vai escapar da sentença pois a polícia não tem como provar que ele tem culpa. Então por que ele merece viver? Por que nós não damos a ele o mesmo tratamento que ele deu às vítimas?"
  Então cabe ao protagonista escolher se quer matar ou não o culpado. E caso ele resolva fazê-lo, algo que me chamou atenção foi que o tio do protagonista afirma algo do tipo: "Quando não há justiça no mundo, a responsabilidade de garantí-la recai sobre os ombros de pessoas comuns , não é?"
  Então me vem a questão da pena de morte à cabeça. Principalmente, creio eu, que isso se deva ao fato de que o "culpado" não era o verdadeiro líder dos crimes. Existia alguém por trás e matá-lo só permitiu duas coisas: que os protagonistas se igualassem aos criminosos e que o líder permanecesse impune.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Persona 4 : Os fins justificam os meios?

Um jogo que me fascina muito é Persona 4. Personagens carismáticos, trama envolvente, músicas interessantes além de uma jogabilidade bem desenvolvida são pontos altos do jogo. Persona 4 retrata a história de um jovem da "cidade grande" que se muda para o interior e, após sua chegada, se vê involvido com uma série de assassinatos em série que o leva a buscar o verdadeiro culpado por trás de tudo. A trama utiliza de forma interessante a psicologia.
Resumindo a história, as vítimas desse assassino são jogadas dentro da TV e vão parar em um mundo alternativo. Após essa entrada, a vítima irá ser confrotada pelo seu lado negativo, o "Shadow". Esse alterego da pessoa traz à tona todas as emoções ruins que essa pessoa sente, tais como inveja, raiva, medo, etc. Mas o pontyo é que a pessoa tem que aceitar que o Shadow é parte dela, aceitar que aquelas emoções fazem parte dela. E fazer isso é muito difícil na maioria dos casos. Negar a existência desse lado é muito mais fácil do que aceitá-lo.
Se a pessoa aceitar que o Shadow faz parte dela, ela consegue superar-se e passa a poder invocar tais Shadows em uma forma alternativa, chamada Persona. Mas se ela não consegue, ela é morta por esse "alterego". Então o protagonista resolve salvar as pessoas que são jogadas na TV.
Chega então um momento do jogo em que ele se encontra com o culpado. Eis que essa pessoa, vista pelo protagonista e seu grupo de amigos portadores de Persona como um assassino, se declara o salvador das pessoas que joga nesse mundo alternativo.
A partir desse momento em que há um choque entre as visões desses dois lados, ocorreu-me então a questão-título desta postagem: os fins justificam os meios? Será que é certo arriscar a vida dessas pessoas para que elas tenham a possibilidade de superar seus sentimentos mais obscuros? Não caberia essa decisão a essas pessoas?
O que você acha?
                                                                                            ~ Raytamer

segunda-feira, 11 de abril de 2011

EXEC_CHRONICLE=KEY/. : Uma oração por justiça e proteção




Wee ki ra chs Chronicle Key en grandee sos dius yor.
Para proteger você, minha pessoa preciosa, eu devo me tornar a Chronicle Key

Wee ki ra araus tes soare an giue mea iem. 
Em troca do sacrifício do meu corpo, agora eu devo oferecer esta canção

Was au ga whai pauwel ferda enter whou na nedle sor, 
Por que o poder mora nas pessoas que não são egoístas?

en whai pauwel gaunji yasra whou na cenjue sor tou zuieg. 
Por que o poder tortura as pessoas gentis que não querem lutar?

Was au ga, Diasee, Pauwee, 
Nesta tristeza, ó, Criança de Deus, Criança de Poder

aiph yos delij zuieg, en nedle eterne falfa, 
Se você detesta lutar e busca a paz eterna

slepir tes pauwel an hyzik, 
Eu devo mandar ao sono seu poder e seu corpo

fatere tes pauwel chs deleir, en ousye yor. 
Ou o poder irá se tornar em uma calamidade que irá trazer a ruína a você

Wee ki ra selena anw yasra wiene, 
Eu devo tocar uma gentil melodia

en chs Chronicle Key sos yor. 
e me tornar na Chronicle Key por você

Wee ki ra araus tes soare an giue mea iem. 
Em troca do sacrifício do meu corpo, agora eu devo oferecer esta canção

Was au ga whai pauwel ferda enter whou na nedle sor, 
Por que o poder mora nas pessoas que não são egoístas?

en whai pauwel gaunji yasra whou na cenjue sor tou zuieg. 
Por que o poder tortura as pessoas gentis que não querem lutar?

Was au ga, aiph yos delij 
Se você detesta...

(Coro) 
Was au ga, Diasee, Pauwee, 
Nesta tristeza, ó, criança de Deus, Criança de Poder

(Coro) 
aiph yos delij zuieg, 
Se você detesta a luta...

en nedle eterne falfa, 
...e procura a paz eterna

slepir tes pauwel an hyzik, 
Eu devo mandar ao sono seu poder e seu corpo

Was ki ra, grandi en eterne slepir, 
Para proteger você, eu devo garantir-lhe o sono eterno

presia aterra cremia sos viuy lonfa, 
Por favor, aceite a salvação da sua alma escurecida

yehar lamenza der soare mea. 
E deixe que os lamentos profundos que você criou se libertem pela minha oração

presia aterra cremia sos viuy lonfa, 
Por favor, aceite a salvação da sua alma escurecida

yehar lamenza der soare mea. 
E deixe que os lamentos profundos que você criou se libertem pela minha oração

Letra advinda de http://artonelico.wikia.com/wiki/EXEC_CHRONICLE_KEY

A música acima pode ser interpretada (minha visão sobre ela analisando o contexto do qual ela faz parte: o jogo Ar Tonelico) como uma oração de uma pessoa que, mesmo querendo salvar o mundo pelo seu amado, se questiona o quão injusto é que ela se sacrifique no processo.

 Isso é tudo! Quaisquer comentários é só mandar. ~
                                                                                                       ~Raytamer

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Dissidia 012 : Quebrando a visão romântica sobre os heróis


 Outro jogo que venho jogando é Dissidia 012 e achei interessante como a questão de ser um herói é mostrada em algumas partes. Algumas vezes é mostrada a questão de que os heróis da história são forçados a ajudar Cosmos a buscar a harmonia do mundo. Não o fazer por escolher fazê-lo, mas por terem sido escolhidos. Isso me fez discutir a visão mais comum do herói, aquele que é escolhido para salvar a humanidade. E com isso, me pergunto: "Se eu fosse escolhido para ajudar a salvar o mundo, teria eu a escolha de negar?". Não é triste que o herói salve todo mundo e garanta a possibilidade dos outros escolherem, mas eles não possam ter o domínio sobre suas ações. Lógico que em última instância ele poderia virar as costas ao pedido e se rebelar contra seu pretenso destino. E com isso, me lembro da frase (se não me engano advinda do tio de Peter Parker [O homem-aranha]) seguinte: "Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades."
Gostaria de então perguntar: "Vale a pena então lutar indefinidamente e ser completamente dominado pela sua necessidade de salvar o mundo, não podendo, por isso, aproveitar a vida?". Sei que essa questão tem respostas muito particulares e variadas. A minha, no momento, é talvez. Afinal sinto como se nós devéssemos sempre fazer o máximo ao nosso alcance para garantir um mundo melhor, mas não saberia dizer se aceitaria um fardo tão pesado quanto esse.
Isso é tudo! Algo a comentar?
                                                                                             ~ Raytamer

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Over the clouds (OP de God Eater)

  Como eu mencionei na minha postagem "introdutória", de vez em quando pretendo trazer conteúdos adicionais. A postagem de hoje é uma delas. :D
  A música acima é a abertura do jogo God Eater (versão original do jogo [que venho apresentando nas minhas postagens] Gods Eater Burst). A letra dela e sua tradução vêm abaixo:
  
Letra original da música completa (em romaji):

Over the Clouds
                                                     Alan

kanashimi ni nureta tsuki ga shizuka ni
daichi wo akaku akaku somete kieru

boku no koe ga kikoemasu ka
satsubatsu to shita kono jidai de
boku wa boku de iraremasu ka

kokoro afuredasu namida wa
kitto mirai wo motomete ru akashi na no
ima no muryoku wo nagekanaide mae wo mitsumete
you can get it over
over the clouds

kisetsu wo utsurou kaze no zawameki
owari no mienai tatakai e no jokyoku

hito wa naze ni wasurete ku no
arikitari no kono nichijou ni
kakegae no nai mono ga aru to

boroboro ni natta hane demo
dareka wo omou sono kimochi ga aru nara
donna kurushimi ni mukatte mo tonde yukeru sa
you can get it over
over the clouds

boku no koe ga kikoemasu ka
satsubatsu to shita kono jidai de
boku wa boku de iraremasu ka

kokoro afuredasu namida wa
kitto mirai wo motomete ru akashi na no
boroboro ni natta hane demo
dareka wo omou sono kimochi ga aru nara
donna kurushimi ni mukatte mo tonde yukeru sa
you can get it over
over the clouds

nagaruru chishio wa inochi no hikari
yami yo ni tomoru wa inochi no hikari
__________________________________________________________

Tradução (na realidade, tradução da tradução [já que eu não sei japonês e, portanto, recorri a uma tradução para o inglês]:

A lua está mergulhada em tristeza
Discretamente, ela pinta a terra de vermelho e desaparece

Você consegue escutar a minha voz?
Será que eu consigo me manter sendo quem eu sou
Nesta era que pede por sangue?

As lágrimas que transbordam do seu coração
São, com certeza, prova do seu desejo por um futuro
Olhe para a frente sem se lamentar da sua atual falta de poder
Você consegue ir além
Além das nuvens

O som do vento muda as estações
É o início de uma luta que não tem um fim visível

Por que as pessoas se esquecem
De que nosso cotidiano, mesmo nos sendo algo comum
Traz em si coisas preciosas?

Se você ainda nutre sentimentos por alguém
Mesmo com suas asas já arrebentadas
Você pode voar para longe indepedentemente da dor que você enfrente
Você consegue ir além
Além das nuvens

Você consegue escutar a minha voz?
Será que eu consigo me manter sendo quem eu sou
Nesta era que pede por sangue?

As lágrimas que transbordam do seu coração
São, com certeza, prova do seu desejo por um futuro
Se você ainda nutre sentimentos por alguém
Mesmo com suas asas já arrebentadas
Você pode voar para longe indepedentemente da dor que você enfrente
Você consegue ir além
Além das nuvens

A luz da vida é uma inundação de emoções
A luz da vida é iluminada na noite escura
________________________________________________________

  A letra da música-tema desta postagem mexeu muito comigo pois me fez refletir sobre como na verdade ela pode se referir não só ao futuro fictício e desolador do jogo, mas também se referir ao nosso cotidiano. Será que nosta era não é uma era que pede por sangue? Uma em que as pessoas, mesmo com a possibilidade de se comunicar, muitas vezes se sentem isoladas (como se suas vozes não fossem escutadas)?

  Isso é tudo! Por favor, se você leitor(a) tiver qualquer comentário a fazer, permita que sua voz seja ouvida! É através da discussão que a luz pode ser melhor percebida. ;)
                                                                                       ~ Raytamer

quinta-feira, 31 de março de 2011

Uma flor que morre ou uma que renasce?

  Uma das falas que mais me chamou a atenção em Gods Eater Burst é (estranhamente) a de uma NPC (personagem não-jogável) que não tem qualquer importância para a história principal do jogo, mas que traz um significado de amplitude de mundo gigantesco. Essa fala vem de uma garota (provavelmente por volta de seus 10 anos de idade) e ela mostra uma sensação de vazio e desolação que contribuem muito para que o jogador se situe em relação ao mundo em que vive.
  A menina diz: "Meus pais me disseram que vão me mostrar uma flor! Me pergunto se é algo bom de comer!". Essa frase me chocou muito e me fez analisar a história do jogo mais a fundo e, através disso, rever o mundo através de pontos tão cotidianos e banais que muitas vezes têm grande importância, mas não são vistos como relevantes na maior parte das vezes.
  O principal ponto a que a flor me levou foi a refletir sobre como existem pequenas coisas como uma flor que são tão belas e que precisam de cuidados para se manter para as próximas gerações. Com isso, eu poderia simplesmente parar e falar sobre a importância de preservar o meio ambiente como muitas pessoas no meu lugar faria. Mas eu observei algo a mais: representatividade.
  Uma flor para (a maioria de) nós representa beleza (e com ela, talvez amor, carinho, amizade, prosperidade, esperança e outras infinitas [sim, infinitas] possibilidades). Mas para a menina essas infinitas possibilidades abstratas não eram conhecidas. Ela não conhecia uma flor. Ela não tinha tido contato com a beleza já que o mundo de sua época tinha sido (quase que) completamente destruído pelos Aragamis que deixaram (aos olhos humanos) somente destruição por onde passaram.
  Então pensei em como é triste perder algo tão bonito quanto a beleza, a pura e simples qualidade dos seres que nos encantam. Entretanto ao procurar por esta imagem e principalmente ao avistá-la é que pensei no quanto (como é dito no jogo Kingdom Hearts) "é nas mais profundas trevas que se encontra (mesmo que praticamente invisível) a mais verdadeira das luzes." E ao interpretar esta proposição, pode-se chegar a um outro pensamento (ou pelo menos foi o que me ocorreu) de que é através da tristeza que percebemos a alegria, é através da morte que vemos a beleza da vida, é pela perda da beleza que se dá valor a ela, etc.
  Talvez (e eu espero que sim), mesmo que a humanidade passasse por um processo similar ao do jogo (se é que não passa por essas crises de significados e significantes no decorrer da história [como acredito que ocorra]), ainda haveria esperança de outra flor desabrochar e mostrar uma nova beleza que, mesmo que inicialmente solitária, trouxesse à luz outras belezas até então desconhecidas. Porque mesmo quando algo que é belo perde seu valor, algo que até então não era enxergado como belo pode enfim vir à luz.
  Isso é tudo! 
                                                                                                        ~ Raytamer

P.S.: Por favor deixe seu comentário abaixo. Porque é através do diálogo que se traz a flor à luz. ;)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Análise sobre o lado mesquinho do ser humano

 
  Após jogar mais um pouco de Gods Eater Burst, me vi tentado a questionar o quão vis algumas das ações humanas são. Acompanhe a reflexão por sua conta e risco, já que haverão spoilers sobre os acontecimentos do jogo (principalmente os ligados à parte do jogo a que cheguei).
  
  SPOILER ALERT!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
  Alisa é uma personagem muito peculiar de Gods Eaters Burst. Aliás, o jogo consegue desenvolver as particularidades dos personagens muito bem. Quando ela era pequena, Alisa quis brincar de esconde-esconde com seus pais em um prédio abandonado. Ela se escondeu em um guarda-roupa velho e esperava seus pais a encontrarem, mas quando eles se aproximaram do local onde a menina estava, um Aragami apareceu e comeu os pais dela. E isso aconteceu na frente dela. Ela se sentiu culpada já que tinha sido ela que tinha levado os pais a ir ao local. A partir daquele dia, ela passou a ter problemas mentais ligados a esse trauma.
  Um dia, contudo, foi cogitada a entrada dela para a organização Fenrir (a organização que luta contra os Aragamis e desenvolve tecnologias e "soldados" eficientes para aniquilá-los). Ela foi transferida a um hospital da organização e passou por um treinamento intensivo que a permitiria lutar contra os Aragamis. Com isso, ela se tornou uma New-Type Gods Eater muito eficiente e que priorizava a eficiência da ação e não se importava com os sentimentos de seus companheiros. Ela sempre criticava os métodos do Lindow, um Gods Eater mais experiente que afirmava ser mais importante voltar vivo da missão do que concluí-la. E essa personalidade da Alisa se mostra muito bem até mesmo nas fases, já que, quando eu a colocava no time, ela era a que mais causava dano aos companheiras sem querer. Isso poderia ser interpretado como uma forma de mostrar que para ela a missão é bem mais importante que os companheiros.
  Porém o ponto mais interessante do passado dela (e o que me levou a esta postagem) foi seu treinamento para se tornar uma Gods Eater. Até onde eu vi, me parece que ela sofreu uma espécie de lavagem cerebral que a levou a esse ponto de uma Gods Eater focada na missão. E aí, eu me perguntei: já não bastava o sofrimento pelo qual ela passou? Ela tinha que ser usada pela organização de tal forma que suas emoções fossem deixadas para o segundo plano? Pior de tudo é que (ao que me parece) eles ainda fizeram com que ela acreditasse que Lindow era o verdadeiro inimigo (com a provável intenção de apagá-lo já que ele [ao que me parece] estava se infiltrando nos detalhes mais perigosos e sórdidos da organização), o que levou a um momento bem interessante da história.
  Por hoje é só. Não estou afirmando nada do tipo "O homem é mau" (até porque isso seria resumir muito as ações humanas). Só gostaria que aqueles que lerem este blog reflitam sobre as ações das pessoas ao nosso redor e as nossas próprias ações.
  Vocês não concordam que transformar o outro em um objeto (ou instrumento) é errado? Como é seu ponto de vista em relação a esse tipo de análise moral? Coloque seu ponto de vista nos comentários! ;) É atráves da discussão que nós progredimos na criação de nosso ponto de vista.
  Até mais
                                                                                              ~ Raytamer